Reflexos da prisão de Fabrício Queiroz

Laíre Rosado*

O presidente Jair Bolsonaro não conseguiu esconder o impacto que lhe causou a prisão de Fabrício Queiroz, há mais de um ano procurado pela Justiça Federal.

Acostumado a acompanhar as entrevistas do presidente, sempre desembaraçado e senhor da situação, o brasileiro constatou, de imediato, a profunda transformação apresentada, ontem, por Jair Bolsonaro. Sempre falante na saída do Palácio, guardou silêncio durante todo dia e, à noite, comentou o caso pelas redes sociais.

Queiroz estava em uma residência de propriedade do seu advogado, Frederick Wassef, que insistia em afirmar que desconhecia o paradeiro do seu cliente. Bolsonaro apressou-se em afirmar que Wassef não era seu advogado. O Jornal Nacional, entretanto, mostrou diversas passagens em que o próprio presidente dizia que Wassef era seu advogado.

O dia foi aziago para o presidente da República. Além da prisão de Queiroz, teve que conduzir o processo de demissão do seu ministro, Abraham Wintraub, amigo e defensor intransigente. No vídeo em que o ex-ministro anunciou a saída do MEC, permaneceu mudo, com o cenho franzido, totalmente diferente do Bolsonaro que todos conhecem.

Por trás de tudo, a preocupação com os indícios de desvio público no gabinete do filho, senador Flávio Bolsonaro, quando deputado estadual no Rio de Janeiro.  A prisão de Queiroz pode ser o elo que faltava para detonar o senador.

O senador Flávio Bolsonaro, por sua vez, continua afirmando que está tranquilo e que tudo será esclarecido, em seu devido tempo.

É esperar para ver.

*Laíre Rosado é médico e ex-deputado federal

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