Falta de pagamento deixa Hospital Regional Tarcísio Maia sem seguranças novamente

O Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) está novamente sem vigilantes. Os seguranças suspenderam as atividades na sexta-feira, 09, devido ao atraso de quatro meses no salário por parte da Behring Segurança Privada, que presta serviços ainda no Hospital da Mulher e no Hospital Rafael Fernandes, em Mossoró.

“Nenhum dos 48 vigilantes recebeu o 13º salário e a empresa também não está depositando o FGTS corretamente. Além disso, o vale-alimentação e a ajuda de custo de gasolina também foram cotados há cinco meses. Muitos colegas já buscaram a Justiça, mas as audiências foram marcadas para março do próximo ano, quem tem família para sustentar não pode esperar tanto”, disse o vigilante Fabiano Rodrigues.

Procurada pela equipe de reportagem do jornal O Mossoroense, a direção da Behring Segurança Privada não foi localizada. No mês passado, a empresa informou que o atraso nos salários dos vigilantes se devia à falta de pagamento por parte da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) no mesmo período.

A Sesap declarou, em nota, que o débito com as empresas de segurança era um reflexo da crise financeira enfrentada pelo Estado. A pasta informou na sexta-feira, 09 de dezembro, que está concluindo os processos licitatórios para a prestação dos serviços de Higienização e Vigilância, sendo este último direcionado para as unidades do interior do RN.

“De acordo com a Coordenadoria de Orçamento e Finanças (COF) da Sesap, ambos os contratos serão aprovados na próxima terça-feira, 13, pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado (CDE-RN), para posterior formalização”, informou a Sesap.

Falta de vigilantes aumenta risco de atentados e prejudica saúde de pacientes

Enquanto o Estado e a empresa de Vigilância não resolverem a questão do pagamento aos vigilantes, o HRTM continuará sem segurança armada, o que aumenta o temor de que, com o hospital desprotegido, pacientes, acompanhantes e servidores sejam alvo de atentados.

Maior hospital do interior do Estado, o HRTM recebe pacientes de mais de 60 municípios, incluindo pessoas envolvidas em casos de violência, como criminosos feridos, que podem ser alvo de atentados dentro da unidade, pondo em risco ainda a vida de outros pacientes, dos acompanhantes e dos servidores.

Além do risco de atentados, a falta de seguranças impossibilita o controle do fluxo de entradas e saída de pessoas na unidade, o que causa aglomerações nos corredores e salas de pacientes, aumentando o risco de propagação de infecções. Sem vigilantes, também fica prejudicado o controle sobre a entrada de alimentos no Hospital, que podem prejudicar a dieta dos pacientes, parte importante do tratamento.