Ampliar isenção do IR para R$ 5 mil vai custar R$ 27 bilhões em 2026 e não mexerá em descontos, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (17) que a ampliação para R$ 5 mil da faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) custará cerca de R$ 27 bilhões em 2026.
Esses são recursos que deixarão de ser arrecadados pelo governo para beneficiar quem ganha mais do que dois salários mínimos no próximo ano, por meio do aumento da faixa de isenção.
Porém, de acordo com ele, os descontos no Imposto de Renda não serão alterados.
🔎Na declaração, existem duas formas de desconto: as deduções legais ou o formato simplificado. As deduções legais incluem despesas médicas, despesas com dependentes, contribuição com previdência, pagamento de pensão alimentícia e outras. No caso do desconto simplificado, trata-se de desconto padrão de 20% sobre os rendimentos recebidos, limitado a um valor tabelado anualmente.
O governo deve encaminhar ao Congresso Nacional nesta terça-feira (18) o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda pessoas com renda de até R$ 5 mil por mês.
A medida ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado e, se sancionada, entrará em vigor em 2026.
Segundo o ministro, a expectativa inicial da equipe econômica era de que a correção custasse R$ 32 bilhões no ano que vem, mas houve um recálculo do valor.
Isso porque o governo pretende, ainda neste ano, elevar a isenção do IR dos atuais R$ 2.824 para R$ 3.036 — o equivalente ao valor de dois salários mínimos.
“Foi um recálculo porque esse ano vai ter uma pequena correção depois do orçamento, este ano já vai ter uma correção por conta do aumento do salário mínimo. Então muda a base [sobre a qual será aplicada a correção do limite de isenção]”, declarou o ministro Haddad.
Reunião com Motta e Alcolumbre
De acordo com o titular da Fazenda, a ideia é fazer o anúncio da ampliação da faixa de isenção nesta terça-feira (18), após reunião com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP).