Trabalhadores da AeC denunciam pagamento inferior ao salário mínimo

Trabalhadores de telecomunicações da empresa AeC Mossoró aprovaram, em assembleia, decretar estado de greve em reivindicação a mais segurança e reajuste salarial. A diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do RN (SINTTEL), Deyse Vale, denuncia que a empresa ainda não atualizou o valor do salário mínimo este ano e continua a pagar R$ 788 mensais aos funcionários.

“A empresa está desrespeitando a lei e não cumpre nem o básico que é pagar o salário mínimo vigente este ano, de R$ 880. Enviamos pauta de reivindicações à AeC e fizemos assembleia com 2.135 trabalhadores, dos quais 2.076, ou 97%, rejeitaram a proposta da empresa de pagar R$ 880 somente a partir do mês de abril, sem retroativo, mas apenas um abono de R$200, que não compensa sequer a diferença de salário”, afirma.

Deyse Vale informa que o Sinttel entrou com pedido de liminar na Justiça contra a AeC por desrespeitar direitos trabalhistas. Ela questiona ainda a má qualidade do lanche servido pela empresa. Os teleoperadores reivindicam salário de R$ 1.200, mais o pagamento de vale-alimentação de R$ 120 em vez do lanche servido na empresa, além do pagamento de participação nos lucros da AeC.

Outra reivindicação da categoria é a implantação de ações para prevenir os constantes casos de violência contra os funcionários na saída e chegada à empresa. A diretora do Sinttel declara que encaminhou à AeC a construção de um estacionamento e contratação de segurança particular para evitar atentados.

Em nota, a assessoria de comunicação da AeC afirmou que tem buscado diálogo com o Sinttel/RN, mas o sindicato não se dispôs a negociar  o reajuste dos salários e benefícios sem a discussão do restante da pauta de reivindicações.

“A intenção da AeC é de apresentar e aprovar em Assembleia uma solução definitiva para a questão salarial e, assim, seguirmos com a discussão dos demais pontos. Nosso maior compromisso é a permanência dos empregos que temos nesta unidade e a manutenção das condições já acordadas com cada trabalhador antes da sua admissão”, declara a assessoria em nota.

Já em relação aos casos de violência contra funcionários na entrada e saída empresa, a AeC informa que orienta os funcionários a registrarem boletins de ocorrência caso sejam vítimas da ação de criminosos e encaminhem uma cópia do documento à equipe de segurança da AeC para que a empresa possa solicitar às instituições públicas competentes o aumento no efetivo que faz o policiamento da região.

“A AeC não pode exercer vigilância de vias públicas, pois não possui poder de polícia e essa prática configuraria crime. A AeC possui seguranças, mas em observância à legislação aplicável, podendo atuar dos portões para dentro, sendo a segurança de vias públicas prerrogativa exclusiva do Estado”, informa a assessoria.