DULCINÉA AGUIAR CAVALCANTE E SILVA (DULCE CAVALCANTE) nasceu na cidade de Cedro, no Estado do Ceará. É formada em Pedagogia pela Universidade do Estado Rio Grande do Norte (UERN) e uma leitora compulsiva, daí surgiu a vontade de transcrever para o papel o muito do que diz dessas experiências. Recebeu incentivo extra do Clube de Leitura “As Traças” de Fortaleza, que a conduziram a publicação do primeiro livro: Quatro Estações (2002). Seguiu-se Poltrona Azul (2008) e Bicicletas de Papel, em 2012. “Um Chão para Memórias Soltas” (2016), de crônicas está no prelo. É da Academia de Letras e Artes Mossoroense – AFLAM, ocupando a cadeira 18. Participa ainda com textos publicados na AFLAM EM REVISTA, nos jornais O MOSSOROENSE, na revista Oeste, do Instituto Cultural do Oeste Potiguar. Em Antologias que foram editadas pelo Clube de Leitura “As Traças”. Antologia Mossoró e Tibau em Versos e todas as coletâneas editadas da confraria Café & Poesia do grupo do mesmo nome. Escreve quinzenalmente uma crônica para o espaço Martins de Vasconcelos do Jornal De Fato.

 

 

VIAGEM DA IMAGINAÇÃO

 

Nessa manhã me caiu no colo

um bolo de papel amassado.

Mostra o que devo escrever.

Desamasso a imaginação…

 

A poesia está ali nas lagartixas

diante de mim zombam

e se exibem pra mim

Sinto a liberdade ilimitada,

o ir e vir assegurado.

um acinte a minha reclusão!

nenhum vírus a cercear- lhes os passos.

Muitas, o infinito cinza

não as assustam.

Agora mesmo, em cima do muro,

uma olha o vizinho, balança a cabeça

e sem cerimônia faz a visita,

naturalmente, afoita

sem pensar em máscara.

Em segundos, sai da minha visão.

 

De repente, jovens e velhas

senhoras lagartixas atrás de insetos distraídos

abocanham a presa.

tudo diante dos meus olhos,

que ganham, nessa quarentena

indesejável, mas necessária,

roupagens inusitadas..

Bendita natureza e suas maravilhas

 

 

O POMBO NA VIDRAÇA

 

De repente

Um leve bater de asas

Quase Inaudível, quase vão,

Atravessa o barulho

Da cidade que indiferente

Em sua volta

Acrescenta mais paredes

E calça seu chão.

A vidraça seu espelho vário

a vitrine de onde espia correlatas teias

com o humano, o silêncio, e o belo.

como urbano e a seleta casta dos livres

um incomum labirinto de veias.

Ele é o passarinho que se humaniza

e transitassem medo

em busca da paz e do grão

entre cafés e poetas.

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