12 senadores trocam de partido

15% dos senadores mudaram de legenda desde outubro

Durante a campanha, o discurso de novas práticas políticas. Entretanto, doze senadores já trocaram de partido desde outubro do ano passado. O troca-troca partidário mudou a dinâmica de forças entre as bancadas da Casa, diminuindo a importância de siglas tradicionais, como o PSDB, e colocando em destaque novos grupos partidários, a exemplo do Podemos e do PSD.

O Senado teve uma renovação de mais de 85%, muito embora a maioria dos eleitos já tenha exercido cargos eletivos. De qualquer forma, houve uma forte renovação em 2018, com apenas 8 dos 54 senadores sendo reeleitos. Entre os que mudaram de partidos estão tanto figuras tradicionais, como o ex-presidente Fernando Collor (AL), como os estreantes Jorge Kajuru(GO) e o Capitão Styvenson (RN). Com as mudanças, algumas pelo fato dos partidos terem sido extintos, cinco siglas foram “expulsas” do Senado: PTC, PRP, PHS, PTB e Solidariedade, por não terem cumprido a cláusula de barreira, exigência da lei eleitoral.

O PTB foi o partido mais prejudicada. A legenda elegeu dois novos senadores em outubro e já tinha um parlamentar em meio de mandato. Com três senadores teria direito a uma estrutura de liderança partidária – com gabinete próprio e cargos em comissão. A sigla perdeu seus três senadores, dois deles filiando-se ao PSDB.

O PSD ganhou três senadores, elevando sua bancada de sete para dez. Os novatos na legenda são Nelsinho Trad (MS) e Lucas Barreto (AP), originários do PTB, além do Carlos Viana (MG), do PHS. Em compensação, a sigla perdeu o senador Lasier Martins (RS) para o Podemos.

O assédio dos partidos sobre os eleitos foi tanto que houve quem atuasse para evitar uma debandada. A articulação de Álvaro Dias representou um duro golpe, por exemplo, para a Rede, partido de Marina Silva. A saída de Styvensson foi a segunda baixa na sigla, que já havia perdido o Delegado Alessandro Vieira (SE) para o PPS. As mudanças enxugaram a bancada da legenda, que deixou de ter cinco senadores, como definido pelas urnas em outubro, para reunir apenas três parlamentares.

A renovação no Senado, com as eleições de outubro, foi a maior desde o fim da ditadura militar, com a entrada de 46 novos senadores. Dos 32 parlamentares que tentaram a reeleição, somente oito conseguiram novo mandato, entre eles Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, Ciro Nogueira, do PP do Piauí e Humberto Costa, do PT de Pernambuco.
Nomes tradicionais como Romero Jucá (MDB-RR), Valdir Raupp (MDB-RO), Eunício Oliveira(MDB-CE), Roberto Requião (MDB) do Paraná, o ex-líder do governo Michel Temer, Lindbergh Farias (PT-RJ) e Magno Malta (PR-ES) ficaram de fora.