Wilson Bezerra de Moura – CAMISA PRETA – FOLIA DE 1934

A revolução politica assinala indiscutivelmente uma mudança na sociedade em destacados segmentos, não é de se admirar que isso aconteça até porque nenhum movimento revolucionário é feito sem a participação de revoltosos, isto é, elementos extremamente radicais, onde a determinação de medida aplicada seja radical.

A Revolução de 1930 que resultou numa reestruturação politica nacional foi determinante no comportamento do modo de vida da sociedade brasileira. Assim a festa carnavalesca que  durante os anos de 1930 quando se deu a Revolução até 1933,os festejos carnavalescos mesmo ocorrido em residências tomaram novos rumos  e cautelas foram determinantes para não trazer constrangimentos.

Mesmo diante de todo cuidado não faltou iniciativas dos blocos de Rua como o Ipiranga que  instalou um bloco de Rua mesmo na Praça da Redenção disse Lauro da Escóssia em seu Mossoró no Passados, mesmo num prédio onde funcionava a Cosern, atraindo grande número de foliões aos bailes de Domingo a terça feira de carnaval. Entre os blocos organizados, o de camisa preta foi quem mais se salientou. Esse bloco chamado camisa Preta era uma réplica naturalmente do movimento revolucionário composto de senhoritas da sociedade, Dolores Rebouças, Geisa Couto, Maria Vitória, Lili Frota, Nail Soares, Maria Oliveira, Odete Nogueira, Amélia Salem, Terezinha Smith. O bloco dos homens faziam parte Mário Negócio, Emilio Sólon, Joaquim Duarte, José Menezes, Edgar Medeiros, Euclides Gurjão, Andró Leite, José Soares, Humberto Mendes, Aldemir Fernandes e Luiz Piritas, estes os mais entusiasmado que  demonstraram apreço ao Rei Momo.

Os foliões davam entrada nos salões capitaneados pela orquestra do maestro, Professor Irineu dos Santos, com participação de José Nogueira, Cicero Oliveira, Antônio Pinheiro, Luiz Medeiros, Artur Paraguai, musicista de destaque, dizia o historiador Lauro da Escóssia. Ênfase no momento carnavalesco daqueles anos de 1931 a 1934, os blocos de Ruas Baraúnas, Democratas, Pimpões e Guaranis, com destaque em sua coreografia em meios a incontidos aplausos. Aqui registrado como história, serve para rever os fatos de um passado que foi importante para a sociedade e, portanto, dela não podemos abdicar.