UPAs enfrentam falta de materiais e medicamentos

Pacientes que procuram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em Mossoró reclamam da falta de medicamentos e materiais básicos como álcool, curativos e fitas para realização do teste de glicose. O desabastecimento gera revolta na população e prejudica o tratamento de pacientes.

“Minha avó tem diabetes e eu tive de leva-la duas vezes à UPA com dores após uma queda. Nas duas vezes o médico solicitou o teste de glicose, mas os enfermeiros informaram que não poderiam fazer porque não tinha fita. Não tivemos como saber se ela precisaria tomar insulina. Acho isso um absurdo”, disse a babá Ana Claudia Oliveira.

De acordo com a farmacêutica da UPA do bairro Alto de São Manoel, Geruza Marques, as unidades de saúde têm enfrentado problemas no abastecimento há um ano e, para amenizar a insuficiência de materiais e medicamentos, as equipes das UPAs e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) tem realizado trocas de materiais.

A farmacêutica conta ainda que a unidade solicita materiais e medicamentos semanalmente. No entanto, às vezes, quando são pedidas 400 fitas do teste de glicose, a farmácia central, gerida pela Secretaria Municipal de Saúde, envia apenas 100, por exemplo.

Questionada sobre o caso de uma paciente que publicou nas redes sociais ter sofrido reação adversa após tomar uma vacina supostamente vencida, aplicada na UPA do Alto de São Manoel, a farmacêutica da unidade explica que há uma pessoa designada exclusivamente para verificar, semanalmente, a validade, estoque e condições dos medicamentos. Ela afirma que materiais são descartados quando se aproxima a data de vencimento.

“É muito improvável que tenha sido medicação vencida. Provavelmente, o que pode ter ocorrido foi que a paciente desenvolveu uma reação alérgica à medicação, o que acontece independente da validade. Nestes casos de reação adversa, a equipe da UPA age rapidamente. A partir de agora, a paciente deve comunicar quando for atendida que apresentou essa reação após tomar esta medicação”, explica a farmacêutica.

Contactada, a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Saúde, declarou que a troca de materiais entre as unidades de saúde é permitida porque todas são abastecidas pela farmácia central.

Já em relação ao fornecimento de materiais em quantidade inferior ao que é solicitado pelas unidades de saúde, a assessoria afirma que, muitas vezes, o problema ocorre por dificuldade de os fornecedores em entregar mercadorias à pasta, mas o abastecimento é acompanhado diariamente para amenizar estas situações.