Transporte de ônibus no passado – Wilson Bezerra de Moura

Passamos mais uma página da história construída e vivida por nossos antepassados, que nos serve não só para conhecer como testemunhar a dificuldade impostas na formação de nova mentalidade da sociedade no percurso da existência.

Lá pelo ano de 1928, segundo relato do jornalista Lauro da Escóssia, foi inaugurado um serviço de ônibus para servir aos moradores urbanos de Mossoró, sendo os bairros Paredões e Alto da Conceição os mais visados numa empreitada, notadamente por serem os mais populosos.

O fato é que o empresário da empresa de transporte Mossoró-Natal, contratante cidadão Etelvino Caldas Cunha, teve a iniciativa de inaugurar uma linha de ônibus para servir aos mossoroenses, entre os bairros Paredões e Alto da Conceição, por serem estes os mais populosos, e no trajeto atenderia o centro da cidade.

Uma solenidade inaugural que despertou a atenção de toda população, pelo fato de alterar o modo de vida e comportamento da população quanto ao deslocamento entre esses setores. A essa inauguração compareceram as figuras mais ilustres da cidade, a começar pelo prefeito Luiz Colombo, juiz e promotor público da Comarca, Eufrásio de Oliveira e Bianor Fernandes, Manoel Seabra de Melo, diretor da Mesa de Renda Estadual, Farmacêutico Jerônimo Rosado, presidente da Associação Comercial, Cunha da Mota, Delegado de Policia Elias Carlyle Magalhães, gerente do Banco do Brasil e jornal O Mossoroense, respondendo na ocasião o jornalista Augusto da Escóssia, todos eles se manifestaram regozijados pelo acontecimento que veio trazer significativo feito ao engrandecimento da cidade, em cuja ocasião os convidados percorreram o trecho a ser explorado pela linha de ônibus e constataram sua visual realidade pública. O coronel Vicente Sabóia, à época superintendente da Estrada de Ferro Mossoró, foi um estimulador do empreendedor Etelvino Cunha.

A ideia frutificou ao ser instalado em 14 de outubro de 1928 e foi além quando o empresário resolveu expandir a atuação até a cidade de Lages, levando passageiros àquela localidade, onde se realizava a baldeação de passageiros vindos pelo trem que se dirigia a Natal, cujo fluxo de passageiros vindos de várias cidades movimentava a linha rodoviária. Por sinal, esse transporte existiu por muitos anos.

Ainda hoje, ao passar pela BR 304 para Natal, chegando a Lages e olhando-se à direta, vê-se uma placa com o símbolo do trecho ferroviário da época, só não existem mais os trilhos porque foram assaltados pelos invasores interessados em comercializá-los, assim como ocorreu em outros trechos por onde passava ferrovia.