Thadeu Brandão – Penúria de nossa Segurança Pública é Antiga…

Há quem ache que os problemas hoje enfrentados pela nossa Segurança Pública são novas. Em alguns momentos da história, alguns fatos se repetem, relembrando Hegel parafraseado por Marx: “uns como tragédia e outros como farsa”.

O interessante trecho da História potiguar, acerca do combate das forças estaduais contra os cangaceiros de Lampião, mostrando, já naquele hoje longínquo 1927, a penúria das nossas polícias:

“Conhecendo as dificuldades com que o governo do Estado se vem debatendo, neste momento, de grandes gastos com a repressão aos bandidos que assolaram as nossas terras, sob a chefia de Lampião, a imprensa local, representada pelo ‘O Mossoroense’ e ‘Correio do Povo’, promoveu entre o comércio e classes conservadoras, uma subscrição, a fim de manter uma mesada diária aos soldados do Esquadrão aqui destacados, cujas diárias são exíguas e insuficientes para a manutenção dos mesmos” (NONATO, 2014. p. 54).

A própria defesa da cidade de Mossoró, no ataque do Bando de Lampião (cerca de 51 homens), foi praticamente executada pela população armada:

“No dia 13 de junho, Mossoró contava só com 22 soldados. O peso da resistência coube à enérgica deliberação da população civil, que pegou em armas e lutou nas trincheiras” (NONATO, 2014, p. 58).

Algumas coisas pouco mudam no RN do atraso e do subdesenvolvimento… Ou, simplesmente, retornam como uma velha maldição.

Citação

NONATO, Raimundo. Lampião em Mossoró. Natal: Sebo Vermelho, 2014.