Thadeu Brandão – 2018 o ano que nunca terminará

Agora que o Carnaval, nossa mais gloriosa festa se encerrou, o Brasil – essa coisa orgânica, meio mecânica, meio network, ou seja lá o que for – começará enfim a iniciar seu contorno rumo ao Cabo Bojador. O (des)governo Temer, agora assumidamente “vampiro neoliberal”, pela força da Marquês de Sapucaí (que afinal, foi obra de Leonel Brizola), tentará emplacar a singularidade cósmica: a Reforma da Previdência.
A dita reforma, tão impopular quanto o governo, não tem a mínima chance de ocorrer (este ano). Será colocada à baila para satisfazer outros nosferatus de plantão (mercados, patos amarelos e quitutes de padaria) que nela depositam a razão da existência do governo ilegítimo.
Em todo o caso, as eleições apontarão, fatalmente, para discursos amenizadores desta dita reforma. Alguns pré-candidatos já sinalizam rever todos os atos do governo Transilvânico, inclusive o mais nefasto deles a curto prazo: a Reforma da Precarização Trabalhista. Numa campanha com debate, o governo perde feio. E quem a ele se associar, também perderá.
Talvez por isso que, o PSDB, o (P)MDB e os demais tentem candidatos “outsiders” que, por hora, não emplacam e nem conseguem galgar a confiabilidade de um eleitor que se encontra nas raias do desemprego, do subemprego e da mendicância social. Isso, obviamente, se houverem eleições. Setores mais conservadores das Forças Armadas (cujo setor vem mantendo todos os seus privilégios) sinalizaram que podem aceitar uma saída à 1961, com um NeoParlamentarismo Chinfrim, novamente para descambar na merda de foi 1964.
A crise é estrutural e de renda, envolvendo emprego e capacidade de consumo. A mídia, regiamente paga (e demitindo como nunca seus galhardos porta-vozes, substituindo-os por estagiários que fazem a mesma coisa: mentir e falsear dados. Mas o fazem por 10 vezes menos que os outros). Não há mais jornalismo no Brasil. Se houve um dia, sobreviveu como o atual governo: um morto-vivo a vagar nas penumbras da história.
A nós, patos e demais aves (nunca de rapina), resta-nos a soberba dos bestializados: ver o golpe troar na praça, achando tudo lindo, como se a um desfile de milicos assistíssemos. Um novo 1889? Não, nao temos mais monarquia a derrubar. Apenas nossa soberania, mas essa, o Vampiro Neoliberal e sua claque de brutucus e ladrões já o fizeram com apoio de quem: da OAB, da EMFA, das Universidades, dos Movimentos Sociais, da AIB, da CNBB e de todas as demais instituições desta Pindorama, já jogaram a toalha e desistiram de lutar.
Somos comida de porcos. Aproveitemos a lama e a merda até o pescoço.