Tchau, 2016

O ano que termina dificilmente deixará saudades a um grande número de brasileiros. A maioria esmagadora vai desejar que este ano nunca tivesse acontecido. As crises política e econômica afundaram um o País num recessão inimaginável há poucos anos e levou de volta à pobreza um número enorme de pessoas e o desemprego atingiu patamares altíssimos ainda em 2015.

Alguns defendem que Fernando Henrique Cardoso arrumou a casa e Lula fez a festa. O problema foi a ressaca no Governo Dilma Rousseff, que nunca administrara nem tinha qualquer experiência em pleitos eleitorais, que assumidamente odiava o relacionamento político. Gostava de mandar e ser obedecida. Seus carões nos ministros eram públicos e de conhecimento de todos.

Com os erros estratégicos na economia e o agravamento da crise política, o Brasil foi rumo ao fundo do poço em uma velocidade impressionante, levando embora milhões de empregos, aumentando a violência, dificultando ainda mais a vida daqueles mais necessitados da atenção dos serviços públicos. Um dos efeitos colaterais foi a explosão da violência em quase todo o País.

O Rio Grande do Norte, que já vivia no aperto, viu a situação se deteriorar ainda mais. Mesmo com quase R$ 1 bilhão raspado do Fundo Previdenciário, o Governo Robinson não conseguiu pagar os salários continuam atrasados dos servidores efetivos, fornecedores sem ver seus pagamentos, terceirizados sem salários. A Saúde, Segurança e Educação agonizam como nunca visto por aqui.

Em Mossoró vimos a pior gestão da história da cidade. Não caberia em um artigo se enumerasse cada um dos tropeços, dos absurdos cometidos pelo Governo Silveira. A ascensão política do então vereador, catapultado para a cadeira de prefeito pelas forças do Judiciário, foi tão rápida quanto a concretização do desastre administrativo que fez Mossoró regredir pelo menos uma década.

Foi um ano em que nomes e ideias perigosas ganharam força perante a opinião pública, a ponto de alguns defenderem a volta do regime militar e aplaudir decisões monocráticas e quase ditatoriais de ministros do nosso Supremo Tribunal Federal. Como disse escreveu Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre: “aplaudir decisões do Supremo que desrespeitam a Constituição é flertar com a ditadura”.

Que em 2017 possamos ver o fortalecimento das instituições, a criatividade dos gestores, o crescimento da economia e a volta do emprego. Creio que com esses avanços, todo o resto tende a voltar a evoluir. Que a boa utopia nos mantenha em um caminho de buscas por melhorias.