Sandra Rosado diz que tentará voltar à Câmara Federal em 2018

Em entrevista concedida à Rádio Rural de Mossoró, no último sábado (22), a vereadora Sandra Rosado admitiu que se articula para tentar voltar à Câmara Federal nas eleições do próximo ano. Durante quarenta minutos, Sandra respondeu a questionamentos dos entrevistadores, jornalistas e radialistas Gilberto de Souza e Erinaldo Silva, além de perguntas encaminhadas pelos ouvintes do programa “RN 360”, apresentando por essa emissora.

Sandra, que no plano municipal faz parte da base aliada da prefeita Rosalba Ciarlini lembrou que houve época em que Mossoró elegeu dois deputados federais e cinco deputados estaduais, simultaneamente. No último pleito não conseguiu renovar seu mandato teve a infelicidade de não eleger nenhum representante nas últimas eleições, realizadas em 2014 e que, em 2018 Mossoró não deve dar espaços aos que “pensam vir aqui comprar voto”.

VEREADORA

Sandra Rosado propõe espaços reservados para autores locais em livrarias e bibliotecas

Sobre o exercício do mandato de vereadora, Sandra disse que considera uma experiência prazerosa e muito interessante, pois sempre teve uma afinidade pessoal com o eleitor e considera que o mandato foi uma dádiva de Deus, pois perdeu o mandato de deputada federal, mas lhe concedeu experiencia nova que lhe está revigorando e dando uma postura que estava sendo um contato mais direto com o eleitor.

PSB
Sandra revelou que tem sido estimulada pela população e por lideranças políticas a disputar um novo mandato de deputado federal. Admitiu que esse caminho de volta pode passar por uma mudança de partido, mas faz parte do diretório nacional do PSB e, mesmo discordando dos dirigentes estaduais, considera-se prestigiada pelos dirigentes nacionais da legenda. Uma mudança é possível somente no caso de o diretório estadual criar empecilhos a essa candidatura, obrigando-a a procurar um partido que lhe ofereça espaço para a realização desse projeto.

Trocar de partido é uma dificuldade, disse a vereadora, lembrando que o motivo pelo qual deixou o PMDB foi uma incompreensão com o atual senador Garibaldi Alves – o então candidato a governador fez aliança política com Rosalba Ciarlini por quem fez a opção de parceria política, mas terminou sendo derrotado por Wilma de Faria, mas, depois desse episódio, chegou a apoiar Garibaldi como candidato ao Senado.

CANDIDATURA
O repórter Erinaldo Silva quis saber se a candidatura à reeleição do deputado federal Beto Rosado não se constitui em empecilho para o bom relacionamento com o sistema político liderado pela prefeita Rosalba Ciarlini.

Para Sandra, a candidatura do atual deputado Beto à reeleição é legítima, como também sua pretensão de ser candidata mais uma vez ao cargo. Os dois pertencem atualmente a uma aliança política celebrada para a eleição de Rosalba à prefeita de Mossoró, mantendo posição confortável aliada da atual prefeita. Quando dos entendimentos para o apoio político em 2016 as duas lideranças não colocaram em pauta candidaturas proporcionais em 2018.

Houve tempo em que Mossoró teve dois representantes na Câmara dos Deputados e até cinco deputados estaduais, e isso mostra que existe espaço suficiente para todos. O que não se admite mais, disse Sandra, é a repetição de episódios como o da última eleição quando candidatos estranhos negociaram apoio político com candidatos estranhos à vida da cidade, terminando por prejudicar os candidatos que verdadeiramente representam Mossoró. Em eu, “vou buscar ser deputada federal mais uma vez”.

ROBINSON

Robinson, Sandra, Larissa e Lahyre

Sobre entendimentos políticos com o governador do Estado, Sandra disse que “minha relação política com o governador é excelente. Fui colega dele como deputado estadual, Laíre foi companheiro como deputado estadual e Larissa também. Inclusive, Larissa foi vice-presidente da Assembleia em um mandato de Robinson como seu presidente.

Sandra destacou ainda a condição de um relacionamento pessoal com o político. Quando Rosalba assumiu o governo do estado, lembro que foi entrevistada pelo jornalista Joaquim Pinheiro, em Natal, que lhe perguntou sobre como seria seu comportamento como deputada federal em relação à Rosalba. Respondi que meu desejo era que ela realizasse um grande governo em na Câmara, sempre estarei à disposição da governadora. Ele perguntou se estava havendo algum alinhamento político e eu respondi que não, mas que era meu dever como representante do estado ajudar quem estivesse na administração estadual.

“No momento, não há alinhamento político om o governador, que pertence a um partido diferente do meu. Há pessoas que pensam que política é só briga. Robinson nos convidou para um almoço, que aconteceu em local público e bem frequentado. Eu não estava escondida. Sou muito clara em meus posicionamentos. Aproveitei para falar e sugerir alguns atos que poderiam ser adotados pelo governador para melhorar o atendimento na saúde, segurança pública e outros setores do governo.”

CONGRESSO

Sandra revelou ficar surpresa com algumas posições, quando o Congresso tem faltado com compromissos com a população. Acredita que há uma dose de exagero na veiculação de notícias relacionadas aos políticos.
Analisando o caso Aécio Neves, acredita que o senador será afastado pelo Senado a quem cabe essa responsabilidade, antes de terminar o período do seu mandato. Entende que a atitude dos senadores, nesse caso, foi diferente do dispensado ao senador Delcídio Amaral, mas, de qualquer forma, a Constituição é que precisa ser respeitada e, por isso, os senadores votaram pelo retorno atual de Aécio Neves. A judicialização da política não é uma boa coisa para o país, disse.

LIDERANÇA
Sandra reconhece a inexistência atual de outras lideranças nacionais que não o ex-presidente Lula. Receia o surgimento de oportunistas que consigam ocupar esse espaço levando o eleitor a cometer erros na escolha dos seus candidatos. Lembra o ex-governador Eduardo de Campos, de Pernambuco, que poderia ter sido o nome a ocupar esse espaço, não tivesse sido vitimado em acidente aéreo.

SUCESSÃO
Sobre eleição estadual chama atenção que Robinson Faria, mesmo podendo estar desgastado, inicia a campanha com o percentual natural de votos de quem está exercendo um mandato no executivo.

A senadora Fátima Bezerra é uma liderança respeitada, conhece bem sua luta por ter sido companheira de Fátima como deputada estadual e como deputada federal. É uma lutadora incansável.

Carlos Eduardo tem a imagem de grande administrador na capital, mas precisa interiorizar o seu nome. Poderá disputar o cargo com chances de eleição.

Outros nomes ainda não estão no tabuleiro da sucessão, mas lembrou o nome do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira de Souza, um político jovem, mas de grande experiência. É um nome que poderá ser projetado.
Sobre o desembargador Cláudio Santos, é um cidadão de bem que precisa ter o nome ainda melhor conhecido. Ressaltou que discorda da posição do desembargador quando defendeu a privatização da Universidade Estadual do RN. Esse episódio ficou registrado na memória dos mossoroenses.

Clorisa Linhares, em Grossos, é uma boa vereadora. Abraça a causa da defesa do sal, e precisa ter seu nome mais capilarizado. Entretanto, quem sabe, pode aparecer um fenômeno e, por isso, ninguém pode ser subestimado.

Na entrevista, os apresentadores dedicaram espaço para a luta dos empresários do sal que estão tendo grandes dificuldades com a política de órgãos federais, como o Ibama, com a aplicação de multas astronômicas.

Sandra referiu-se a uma colocação do empresário Tasso Rosado na audiência pública realizada na Câmara Municipal, onde afirmou que o Ministério Público diz que as salinas estão invadindo áreas de mangue, mas essa visão deveria ser modificada. O que acontece, disse Tasso, é que a região de salina tem um solo salínico que serve apenas para salinas. Assim, está havendo uma inversão, pois o que estão pretendendo é invadir o solo das salinas. As salinas no Rio Grande do Norte, existem desde 1605. As multas que estão sendo propostas são “para fechar o setor salineiro.”

Em todo Rio Grande do Norte, a indústria salineira gera 70 mil empregos, sendo 15 mil na cidade de Mossoró. Em todo país, o cálculo é que atenda a 90 mil famílias. Por isso a vereadora espera que os aplicadores dessas multas tenham bom senso para que a indústria do sal não seja asfixiada.