Reforma da Previdência: Governo está disposto a fazer concessões

“Do que está perdido, a metade é um grande negócio. É melhor conseguir que a Previdência, em vez de economizar R$ 800 milhões, economize R$ 400 milhões, do que não economizar nada”, disse Arthur Oliveira Maia. Líderes da base do governo discutirão o assunto nesta quinta-feira

O relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), afirmou que o governo está disposto a fazer concessões para conseguir aprovar a proposta ainda neste ano (PEC 287/16). Ele defende um texto mais enxuto, focado na definição da idade mínima para aposentar e em mudanças nas regras para servidores públicos.

Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Reunião ordinária para votação do parecer do relator, dep. Arthur Oliveira Maia (PPS-BA)
O deputado Arthur Oliveira Maia, relator da proposta
Arthur Oliveira Maia informou que está marcada para amanhã uma reunião de líderes da base do governo, para discutir o que é possível de ser aprovado. Ele não quis adiantar nenhuma modificação em seu relatório. “O governo está disposto a fazer concessões dentro do parecer, mas, claro, desejo que sejam modificações mínimas”, disse.

O Governo tem pressa em votar a Reforma da Previdência e salvar aquilo que ainda pode representar algum ganho para o sistema. No início da discussão do projeto, em maio deste ano, havia grande possibilidade de aprovação. Agora, as circunstâncias mudaram, mas ainda é possível que proposta seja votada pelo Plenário da Câmara até meados de dezembro.

O líder do governo na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia considera que o governo enfrentou duas votações difíceis, que tiveram elevado custo político, por conta das denúncias o presidente Michel Temer, além da mudança de calendário na votação da proposta. A expectativa era votar em agosto, sendo importante conseguir a votação até o final do ano. Em ano eleitoral, 2018, dificilmente os parlamentares aprovarão medidas antipáticas à população.

Hoje, pela manhã, o presidente Michel Temer tomou café na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia,acompanhado do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Na conversa, a avaliação de que aprovar um texto mínimo para a reforma já é um avanço significativo. Do que está perdido, a metade é um grande negócio. É melhor conseguir que a Previdência, em vez de economizar R$ 800 milhões, economize R$ 400 milhões, do que não economizar nada.