Quase quatro anos após a criação, Parque Nacional da Furna Feia segue fechado

Moradores de comunidades próximas ao Parque Nacional da Furna Feia, localizado entre os municípios de Mossoró e Baraúna, reclamam da demora na abertura do primeiro parque nacional do Rio Grande do Norte. Criada em junho do ano 2012, a unidade ainda não foi aberta para a visitação pública, o que traria benefícios para a região através do desenvolvimento do turismo.

O Parque Nacional da Furna Feia possui área de 8,4 mil hectares e 213 cavernas, o que o torna o local de maior concentração de cavernas do Nordeste. Por se tratar de uma unidade de conservação ambiental federal, o parque será administrado pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
Na época da criação do parque, o ICMBio anunciou incluí-lo no Programa Parques da Copa, através do qual seria estruturado para ser opção de entretenimento durante os intervalos dos jogos de futebol na Copa do Mundo de 2014, previsão que não se concretizou.

Contactado, o atual chefe do Parque Nacional da Furna Feia, Leonardo Brasil, explica que a demora para a abertura do parque se deve a uma série de fatores como a definição de que órgão seria responsável pela unidade, bem como a estruturação do ambiente sem causar grandes impactos ao ecossistema protegido.

“O parque foi gerido pelo Cecav (Centro Especializado voltado ao Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas) até o ano 2014 e daí passou para o ICMBio. Iniciamos os trâmites para abertura do Parque, mas é um processo demorado porque envolve medidas como a desapropriação de terras”, disse o chefe do parque.

Além da desapropriação de terras, Leonardo Brasil afirma que a liberação da entrada de turistas só pode ser feita após a instalação de infraestrutura como sinalização, banheiros e água, o que, por sua vez, depende da conclusão do plano de manejo da área, que ainda está em andamento. Desta forma, o diretor informa que não há previsão de quando o parque será aberto.

O Parque
Localizado em uma área próxima a um assentamento de reforma agrária, a inauguração do Parque Nacional da Furna Feia é aguardada por muitos moradores da região, com interesse em desenvolver atividades de ecoturismo no local. A principal caverna do parque, a da Furna Feia, tem 766 metros de extensão e a unidade de conservação abriga ainda diversas espécies animais e de plantas, muitas delas endêmicas.

A área do Parque é visada ainda por empresários do ramo da mineração, pois é rica em calcário, usado na fabricação de produtos como o cimento. O temor de ambientalistas é que, sem a devida proteção, o local comece a ser depredado e as plantas e animais sofram com o desmatamento e a caça ilegais.