O Isolamento de Robinson Faria

Em 1986 Robinson Faria tinha apenas 27 anos de idade. Foi eleito deputado estadual pela primeira vez, cargo para o qual foi reeleito seis vezes e foi presidente da Assembléia Legislativa por oito anos, quando deixou o Legislativo para ser eleito vice-governador na chapa encabeçada por Rosalba Ciarlini, com quem rompeu ainda no primeiro ano de governo.

Lançou-se candidato como candidato ao Governo do Estado e passou três anos conversando com um e com outro. Em 2014 foi candidato com o apoio do PT e do PC do B, tendo a maioria das lideranças políticas estaduais e municipais ao lado de outro candidato. Falou exaustivamente em acordão para dizer que era o candidato contra os caciques. Graças à votação surpreendente do candidato Robério Paulino do PSOL, a disputa foi para o segundo turno, quando Robinson saiu vitorioso.

Houve o fator Robério, mas é inegável o mérito do governador e sua equipe de marketing ao convencer a população de que ele era como Davi contra Golias, que o principal opositor era bancado por um acordão baseado em interesses próprios contra o interesse comum da população.

A campanha passou, o governador passou por um período de trégua por parte da população. O discurso mostrou que o clima de campanha não saiu da cabeça do governador. No primeiro ano de governo não teve nenhum grande projeto, nenhuma grande obra. O principal feito foi ter pago o salário dos servidores em dia, mas o fez secando a fonte do fundo previdenciário dos próprios servidores.

Politicamente, o governador tem como um dos principais aliados o desgastado prefeito de Mossoró Francisco José Silveira Jr. Das principais lideranças estaduais, Robinson não procurou se alinhar a nenhum. Em Brasília, geralmente sequer convida a bancada federal para acompanhá-lo às audiências nos ministérios, sendo acompanhado geralmente exclusivamente pelo filho deputado Fábio Faria. Perdeu o apoio do PT por ter apoiado o impeachment da presidente Dilma e ficou mais isolado ainda.

Os problemas enfrentados pela população são enormes. Nunca houve tanto homicídio em nosso Estado, nunca houve tanta fuga nos presídios, assim como a saúde nunca passou por situação tão grave. As estradas estão esburacadas e os salários estão sendo pagos com atraso. As notícias não são nada boas para o governo.

O que se percebe é que o governador segue isolado politicamente e não se esforça para ter apoios aos pleitos do Governo em Brasília, apoio ao governo nos municípios nem na própria Assembléia Legislativa. Em alguns casos, como o de Mossoró, o governador afunda no quesito popularidade puxado pelo prefeito recordista em desaprovação na cidade. Antes de 2018, tem 2016. Findar 2016 isolado como começou pode não ser tão interessante.