O Evangelho Segundo o Espiritismo: essência da moral ensinada por Jesus – Francinaldo Rafael

Uma das cinco obras que compõem a Codificação Espírita é O Evangelho Segundo o Espiritismo. Lançada no dia 15 de abril de 1864 em Paris (França), há quem pense tratar-se de uma bíblia criada pelos espíritas. Desde já esclarecemos que tal ideia não corresponde à realidade.

Analisando-se os Evangelhos, percebe-se que as matérias contidas nele podem ser divididas em cinco partes: os atos cotidianos da vida do Cristo, os milagres, a profecias, as palavras que serviram ao estabelecimento dos dogmas da Igreja e os ensinamento moral.

As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se incontestável. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, quaisquer que sejam suas crenças, visto que não é constituída por elementos propiciadores de munição das disputas religiosas, que geralmente tem origem nas questões dogmáticas.

Como essas diretrizes de bem proceder dizem respeito às circunstancias da vida privada ou da pública, ao principio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça e, acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, é dessa parte o objetivo exclusivo de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Ao mesmo tempo proporciona o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura. Afinal de contas “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da Humanidade”, afirmava Allan Kardec, o Codificador.

Conforme a introdução da obra, muitos pontos dos Evangelhos, da Bíblia e dos autores sacros em geral, parece pouco compreensível por falta do instrumento que lhes dê o verdadeiro sentido. O Espiritismo apresenta esse instrumento, conforme pode conferir quem o estuda com seriedade.

Para complementar cada ensinamento, foi acrescentado ao Evangelho Segundo o Espiritismo algumas instruções escolhidas, dentre as que os Espíritos ditaram em vários países e por diferentes médiuns. Se elas fossem tiradas de uma fonte única, poderiam talvez ter sofrido uma influência pessoal ou a do meio. Ao contrário, a diversidade de origens prova que eles concedem os ensinamentos por toda parte, sem privilegiar ninguém isoladamente.

Esta obra é para uso de todos. Dela podem extrair os meios em conformidade com a moral do Cristo  e o respectivo proceder, isentos de qualquer alegoria.

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