Notas da Redação

AUIDIÊNCIA

Fátima e Robinson

A governador eleita, senadora Fátima Bezerra, encontrou-se oficialmente com o governador Robinson Faria. Apesar de ter sido um encontro extremamente cordial, as informações repassadas foram preocupantes. A situação econômica do estado não é das melhores.

SERVIDORES

Fátima foi informada, por exemplo, que não haverá recursos para quitar a folha do 13º salário, referente ao ano de 2018. Entretanto, não recebeu a garantia de que os salários dos meses de novembro e dezembro serão pagos ainda na atual administração.

CORTES

Sempre que um novo governador assume se repete a onda de demissões, principalmente nos cargos comissionados e o discurso de que o objetivo é equilibrar a folha. Recebe o aplauso da população, mas, no final do mandato, tudo parece ser repetido. Continua na mesma.

AUMENTO

É difícil o controle em relação à folha de pagamento por conta do crescimento vegetativos relacionado às conquistas dos servidores, como planos de cargos e salários e benefícios concedidos pelo próprio governo que deixam os governos sempre no risco de ultrapassarem a Lei de Responsabilidade Fiscal.

ESTILO

O eleitor ligado ao PT estranhará as medidas que Fátima poderá ser obrigada a adotar, caso deseje tirar o Estado da situação em que se encontra. Bem que o vice-governador Fábio Dantas tentou, mas foi desautorizado por Robinson. Ao que parece, não dá mais para fugir do ajuste fiscal.

COMPREENSÃO
Os que fazem a Universidade Estadual não entenderão a posição de Fátima governadora caso ela não autorize a autonomia financeira da Instituição, nem fazer o que sempre combateu, como enxugar a folha de pagamento, cortar privilégios, congelar quinquênios e inúmeras outras vantagens, que consideram como direito adquirido.

RETROVISOR

Certa vez o prefeito Carlos Eduardo avisou a sua equipe, na prefeitura do Natal, que não aceitaria críticas a governos anteriores, pois estava chegando ao governo sabendo da real situação do município. Não se sabe se a governadora Fátima adotará o mesmo critério.

ROMBO

Quando Rosalba Ciarlini assumiu o governo do Rio Grande do Norte encontrou um rombo de R$ 800 milhões. Quando passou o governo ao sucessor, essa cifra havia aumentado para R$ 1 bilhão. O déficit aumentou e quando Fátima assumir herdará de Robinson um rombo ainda maior, de  cerca de R$ 2 bilhões.

FOLHA

Segundo dados do Tesouro Nacional, dezesseis dos Estados brasileiros estão gastando com pessoal acima da Lei de Responsabilidade Fiscal. E informa que o Rio Grande do Norte gasta 86% da Receita Líquida Pública e que o problema causa preocupação ao Tesouro.

MAQUIAGEM

O Tesouro Nacional acusa os Estados de maquiarem os dados oficiais. No RN, o Governo admite apenas 52% de comprometimento, abaixo do limite exigido pela LRF. Os servidores são protegidos por mecanismos que impedem a redução das despesas, como irredutibilidade de vencimentos, regras de acesso à aposentadoria, adicionais por tempo de serviço, entre outros.

ENFRENTAMENTO

Por mais boa vontade que tenha um governante, no caso a futura governadora Fátima Bezerra, não existem milagres para o enfrentamento desses problemas administrativos. A escolha da equipe de transição foi elogiada pela população, mas isso não passa de um gesto de boa vontade em acertar.

AUMENTO

Para complicar mais ainda a situação, o Senado deverá aprovar, na sessão de hoje, aumento de salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal, com vencimentos da corte passando de R$ 33 mil para R$ 39 mil. Pelo efeito cascata, o judiciário do RN pode ter um aumento de cerca de R$ 25,8 milhões por ano.