Nível mais grave da Seca atinge todos os estados do Nordeste

O já esperado avanço da estiagem no semiárido brasileiro foi constatado com a atualização mensal do Monitor de Secas do Nordeste. No mapa de outubro de 2016, elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), é possível observar que o nível de Seca Excepcional, o mais grave, atinge áreas de todos os nove estados nordestinos. No Ceará, esse nível corresponde a 55% da área do território estadual. O estado mais afetado é Pernambuco, com 90% de seu território na pior configuração da estiagem.

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O avanço da Seca no Nordeste já era esperado porque, historicamente, a distribuição mensal de chuva no mês de outubro na maior parte da região é inferior a 75mm. Em algumas áreas, como no norte do MA, centro-norte do PI, Ceará (CE), Rio Grande do Norte (RN), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Alagoas (AL), Sergipe (SE) e no extremo norte da BA os índices pluviométricos são inferiores a 25mm.

A única área que apresentou melhora foi o sudeste da Bahia, onde a média de chuva em outubro é maior que 75mm, por consequência das chegadas das frentes frias dessa época do ano. Nesta parte do território baiano, as chuvas fizeram a estiagem perder intensidade, passando para a categoria Seca Fraca no mapa de outubro.

O mapa do Monitor de Secas pode ser acompanhado mensalmente na página http://monitordesecas.ana.gov.br/, junto com a descrição do processo de elaboração, incluindo indicadores e evidências. É possível visualizar a progressão da situação da seca em cinco categorias: excepcional, extrema, grave, moderada e fraca. O mapa também identifica e delimita as áreas de impactos de curto e longo prazo. A ferramenta visa ajudar quem convive com a escassez de oferta hídrica, melhorando a compreensão do fenômeno e da sua evolução, assim como orientando ações para mitigar os efeitos adversos.

O Monitor de Secas é um instrumento de monitoramento que mostra a magnitude da seca no Nordeste e seus impactos, cujo principal produto é um mapa mensal que acompanha a situação da seca, disponibilizando as informações de forma ilustrativa, depois de validadas por técnicos locais que vivenciam a seca em seu cotidiano. O mapa leva em consideração dados de monitoramento e os impactos concretos no abastecimento, agricultura e pecuária, dentre outras áreas, para apresentar o retrato mais recente e fiel possível da seca de maneira periódica.

Fonte: O Estado
Fortaleza, 18.11.16