“Mudando os hábitos já se poderia reduzir 40% dos tumores”

Em entrevista ao jornal El País o especialista de um Instituto de Oncologia espanhol afirma que a medicina de precisão é uma das linhas estratégicas para combater o câncer.

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O doutor Josep Tabernero, diretor do Vall d’Hebron Instituto de Oncologia (VHIO), em Barcelona, utiliza uma tecnologia que, mediante uma biopsia líquida (um exame de sangue) se pode detectar marcadores tumorais no sangue.

Dr. Tabernero afirma que o diagnóstico de casos de câncer aumentou como se esperava e um pouco mais, mas porque a população está envelhecendo, não porque existem mais causas do que as previstas que geram câncer.

E também influencia a detecção precoce. O tumor mais frequente é o colorretal, e se colocou em andamento o programa de triagem de sangue nas fezes, e isso faz com que se diagnostique agora os tumores que apresentam [sintomatologia] clínica e também os que não apresentam, os que seriam diagnosticados em dois ou três anos.

Tabernero considera que a  medicina de precisão é o futuro. Os tratamento dirigidos substituíram a quimio em alguns tumores, como a leucemia mieloide crônica. Também está se estudando muito a imunoterapia, especialmente para ver por que existem células do sistema imunológico que não veem como anormais as células cancerígenas e não atuam contra elas. Mas a quimioterapia continuará tendo seu papel porque em outros tumores será muito difícil conseguir terapias dirigidas e continuará se utilizando a quimio.

Há a expectativa de que, em 20 anos, o câncer já não será a causa principal de mortes, pelos avanços de diagnósticos. O câncer não será curado, mas deixará de ser a primeira causa de morte. Só mudando os hábitos [dieta saudável, não fumar, exercício físico, etc.] se poderia reduzir 40% dos tumores, de forma que deixaria de ser a primeira causa de morte, e as doenças cardiovasculares voltariam a ser.