Meteorologista afirma que Alto Oeste foi surpresa ruim do período de chuvas

O período de chuvas chega em sua reta final em quase que totalidade dos municípios do Rio Grande do Norte e os dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) mostram que as precipitações acumuladas até o momento confirmam a previsão de um período marcado por chuvas abaixo da média histórica de 600 milímetros.

Mesmo com a confirmação, vários municípios situados distantes do litoral, e região agreste, registraram um bom acúmulo de chuvas como é o caso de Campo Grande (897), São Rafael (652), Umarizal (633), Alto do Rodrigues (632), e Mossoró (588).

Segundo o meteorologista Gilmar Bristot, da Emparn, a surpresa negativa se volta para a região do Alto Oeste do Estado.

Cidades que tradicionalmente registram um volume de chuvas acima da média histórica, como as serranas, Martins (452), Portalegre (238), e São Miguel (192) ficaram bem abaixo da expectativa.

“A região do Alto Oeste sem dúvida foi a grande surpresa da temporada de chuvas. Tivemos o registro de boas chuvas em cidades como Pau dos Ferros (434), mas no geral os municípios da região registraram poucas precipitações o que comprometeu a recomposição de reservatórios”, destaca Bristot.

Segundo o meteorologista o fenômeno se deu pela falta de “vento sudeste”, fenômeno que atingiu outras importantes áreas da região.

“Faltou vento sudeste no Alto Oeste, na parte da Paraíba que alimenta uma importante bacia que atende o Rio Grande do Norte e em parte do Ceará, que alimenta o Orós e o Castanhão. Isso prejudicou muito a recarga hídrica na nossa região”, destaca o meteorologista.

Segundo Bristot, devem ser registradas chuvas ocasionais ainda no mês de maio, mas com pouco efeito para reservas hídricas.

“Deverão acontecer chuvas fracas, que não devem resolver o problema do nosso estado. É preciso controlar o gasto com água para que cheguemos até o próximo período de chuvas com abastecimento regular”, conclui o meteorologista.