Laíre Rosado

Explica, mas não justifica

Ouvi, em uma emissora de Natal, um comentarista político questionando a ausência da governadora Fátima Bezerra à reunião com o ministro da Justiça Sérgio Moro, em Brasília. O jornalista chegou a admitir que a governadora não foi por conta do ministro, quando Juiz em Curitiba, ter se constituído no principal algoz do ex-presidente Lula, atingindo mortalmente o PT.
Não acredito nessa suposição. Outros governadores do Partido dos Trabalhadores, como Rui Costa, da Bahia e Camilo Santana, do Ceará participaram do encontro, debateram e ofereceram sugestões ao projeto, que será encaminhado ao Congresso Nacional.
A governadora Fátima justificou a ausência por conta da proximidade da leitura de sua mensagem à Assembleia. Explica, mas não convence. E, o analista faz algumas perguntas. Por que a governadora não enviou o vice-governador Antenor Roberto? Ou o coronel Araújo, secretário de Segurança? Ou o Coronel Alarico José Pessoa, comandante-geral da Polícia Militar? Como uma última alternativa, algum delegado de polícia? Tudo seria admissível, exceto a ausência a essa reunião.
O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, foi radical em sua crítica. Afirmou ser “um absurdo a governadora faltar e não mandar representante à reunião sobre combate ao crime com Ministro da Justiça. RN é 3º Estado mais violento do país. Atitude revela, no mínimo, desinteresse. Lamentável”, escreveu em seu Twitter.
Contudo, em políticas, estão sempre surgindo situações capazes de aproximar os contrários. A reforma da Previdência poderá ser uma oportunidade para esse diálogo. Mas, não se sabe, ainda, se a governadora Fátima apoiará a reforma à previdência que será proposta ao Congresso pelo presidente Bolsonaro.