Justiça concede direito de visita íntima ao chefe do Comando Vermelho preso em Mossoró

O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, titular da 12ª Vara Federal de Brasília, concedeu o direito de visitas íntimas e sociais ao detento Márcio Santos Nepomuceno, o “Marcinho VP do Complexo do Alemão”.

Considerado um dos chefes do Comando Vermelho, no Rio de Janeiro, Marcinho VP está detido no presídio federal de Mossoró (RN).

A decisão é de caráter liminar em mandado de segurança, e tem validade apenas para o caso de Marcinho VP. A decisão deverá servir de estimulo para as defesas de outros presos dos quatro presídios federais do País, que estão com visitas íntimas desde o dia 29 de maio.

A medida foi tomada pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do Ministério da Justiça, após o assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo, que trabalhava no presídio de segurança máxima de Catanduvas (PR). A psicóloga foi a terceira a ser morta em emboscada sob suspeita de ação das facções criminais que atuam no País.

O juiz embasou sua decisão afirmando que Marcinho VP tem bom comportamento não justificando  sanção aplicada. “Cuida-se, em verdade, de sanção de caráter coletivo manifestamente ilegal”, acrescenta.

Em resposta ao juiz federal, o diretor do Depen, Marco Antônio Severo, afirmou que a suspensão visava prevenir a prática de crime, negando se tratar de uma punição coletiva a todos os 570 presos dos quatro presídios.

De acordo com um memorando do Depen, os líderes das facções criminosas aproveitam a ocasião de contato físico com os familiares para passar ordens aos comparsas que estão em liberdade, entre elas a de determinar a morte de servidores do sistema penitenciário federal.

Marcinho VP tinha atuação no Complexo do Alemão e é tido como um dos principais chefes do Comando Vermelho. Ele frequenta o sistema penitenciário desde o ano de 1996, quando foi levado ao presídio de Bangu 1, no Rio de Janeiro, por envolvimento com tráfico de drogas.

Em 2007 foi condenado a mais 36 anos por ter esquartejado dois traficantes rivais. Cinco anos antes, ele também foi implicado no assassinato de quatro detentos da facção rival ADA (Amigos dos Amigos) durante rebelião liderada pelo traficante Fernandinho Beira-Mar, no presídio de Bangu 1.

Já em 2015, a Polícia do Rio de Janeiro desarticulou um esquema de tráfico de drogas, que seria comandado de dentro de presídios federais por Marcinho VP e o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, um dos responsáveis pelo homicídio do jornalista da TV Globo Tim Lopes.

Com informações do Portal UOL.