Juíza recusa transferência de 116 presos para a Penitenciária de Alcaçuz

A juíza corregedora Maria Nilvalda Torquato, responsável pela Penitenciária Estadual de Alcaçuz, onde 26 detentos morreram durante rebelião no final de semana, não aceitou a entrada de 116 novos internos na unidade. A transferência dos presos para Alcaçuz fazia parte da operação de permuta de detentos entre três presídios da região de Natal. Os presos recusados vinham da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP).

Na noite da quarta-feira, 220 presos saíram dos pavilhões 1 e 2 da Penitenciária de Alcaçuz e foram levados para outras unidades prisionais do Estado, entre elas a Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), por Policiais Militares do Batalhão de Choque e por agentes penitenciários do Grupo de Operações Especiais da Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania. Os presos saíram em quatro ônibus locados pelo Governo do Estado.

Com a recusa, os 116 presos que deveriam ficar custodiados na Penitenciária de Alcaçuz foram acomodados no Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes, mais conhecido como a Cadeia Pública de Natal, localizada na Zona Norte da cidade e que já enfrenta problemas de superlotação.

De acordo com dados da Vara de Execuções Penais de Natal, o Presídio Provisório Raimundo Nonato Fernandes foi projetado para acomodar até 216 presos, porém, a unidade possuía, até a semana passada, 560 detentos, e, com o acréscimo dos 116 presos recusados pela Penitenciária de Alcaçuz, a Cadeia Pública da capital potiguar passa ter 676 homens confinados.