Homens ganham, em média, 44,9% a mais que mulheres, detecta plataforma

No Rio Grande do Norte, a maior diferença favorável aos homens com nível superior foi de 28%, aponta levantamento do Quero Bolsa

Estudar mais melhora a renda de homens e mulheres, mas não garante a igualdade salarial entre ambos. A conclusão surpreendente é de estudo elaborado pela área de Inteligência da plataforma Quero Bolsa, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) sobre profissões e salários.

Em 2018, segundo o mais recente dado do Caged, a renda média mensal dos trabalhadores contratados para funções com exigência de nível superior foi de R$ 3.756,84 para homens e R$ 2.592,65 para mulheres. Uma diferença de 44,9% a favor dos homens. Quando analisada a média salarial entre os gêneros de trabalhadores com até ensino médio completo, a diferença foi de 10,89%, com homens ganhando R$ 1.570,89 e mulheres com R$ 1.416,60 por mês.

Ingressar na faculdade, sem dúvida, ajuda homens e mulheres a aumentarem seus ganhos. Na prática, mais anos de estudo aumentou 139,15% a renda dos homens e 83,02% a das mulheres.

Mas a constatação é de que em todos os estados a média salarial dos homens é maior do que a das mulheres. As diferenças mais significativas foram registradas no Maranhão (33,3%), Sergipe (29,99%) e Bahia (29,37%), enquanto Roraima (4,74%), São Paulo (6,69%) e Pernambuco (11,45%) são as localidades onde homens e mulheres têm os salários mais próximos entre si (ver mapa).

No Rio Grande do Norte, a profissão com maior diferença salarial favorável aos homens foi Contador. O salário médio pago aos profissionais do sexo masculino foi de R$ 2.619,49, enquanto as mulheres na mesma função receberam R$ 2.037,96, diferença de 28,53%. Entre as carreiras de nível superior com validade estatística para análise, nenhuma apresentou vantagem salarial significativa para as mulheres no estado.

Diferença salarial entre gêneros, dos trabalhadores com nível superior
Fonte: Quero Bolsa, com dados do Caged 2018.

Os salários médios pagos a homens e mulheres e as respectivas diferenças percentuais entre eles podem ser consultados diretamente na plataforma Quero Bolsa, no Guia de Profissões e Salários. A nova funcionalidade do site foi desenvolvida para ajudar na tomada de decisão de estudantes de acordo com a média salarial da profissão que pretendem seguir organizada por estado, mas também se revelou uma importante fonte de informação para o público em geral.

Ao todo foram avaliados os salários médios pagos a homens e mulheres em 600 ocupações com contratações no País ao longo de 2018, segundo o Caged. Destas, apenas 90 apresentaram diferença superior a 5% favorável às mulheres. As ocupações onde mulheres ganham mais do que homens se concentram nas áreas de educação e saúde. Já os salários oferecidos aos homens foram pelo menos 5% maiores em 357 ocupações. Outras 153 profissões tiveram diferenças salariais inferiores a 5%, o que pode ser considerada igualdade salarial.