Geraldo Maia – Raimundo Fernandes

Geraldo Maia – Raimundo Fernandes

Geraldo Maia do Nascimento – [email protected]

Nasceu em 02 de junho de 1910, sendo filho de José Fernandes Chaves e Maria Adília Fernandes. Foi batizado no dia 15 do mesmo mês e ano, na cidade de Pau dos Ferros/RN, tendo como padrinhos a Virgem Santíssima Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Pau dos Ferros e seu primo legítimo Rev. Pe. Leão Fernandes.

Em 1915, em meio a grande seca que assolava o Nordeste brasileiro, a família resolveu se mudar para o Amazonas, a convite do tio Anfrísio que por lá morava desde criança, prometendo que o Amazonas era uma terra de muita beleza e fartura.

A viagem foi em um navio carregado de retirantes sertanejos para o Amazonas. Viajaram na 3ª classe, no porão do navio, quase que empilhados, pois o navio estava superlotado. No quarto dia de viagem chegaram ao Pará. De lá partiram para o alto Purus, em outro navio, até chegar ao seringal Itatinga, destino final.

Raimundo Fernandes viveu no Amazonas dos cinco aos doze anos.

Com a crise da queda do preço da borracha em 1920, o tio que os tinha acolhido, veio a falência e assim a família resolveu voltar ao torrão natal. Embarcaram no navio “Benjamin Constant” em 1922, chegando ao Sítio São José, localizado a 12 Km de Pau dos Ferros, entre as serras de São Miguel e Luís Gomes, no dia 20 de fevereiro de 1922.

Em 1923 os pais mandaram Raimundo para estudar em Pau dos Ferros, em casa de Ezequiel Fernandes. Passou, no entanto, pouco tempo nessa casa, pois Ezequiel tinha sido convidado por Alfredo Fernandes para trabalhar em Mossoró.  Raimundo passou a morar na casa de Osório Sena, cunhado de Ezequiel. Estudou no Grupo Escolar Joaquim Correia com o professor Joaquim Noronha.

Em 1925 veio morar em Mossoró a convite de Alfredo Fernandes, passando a morar em sua casa, na Alberto Maranhão, vizinho a Igreja de São Vicente. Foi trabalhar nas empresas do mesmo. Fazia de tudo: abria os armazéns, fechava, varria, passava telegrama, tirava cópias, passava índice, quebrava e costurava sacos de ceras, lavava garrafas da fábrica de bebidas e espanava o escritório. Depois passou a permanecer mais tempo no escritório ajudando o novo Guarda livro a escriturar Borrador e passar o Caixa a limpo. Posteriormente passou a ocupar o cargo de Caixa. De 1927 a 1928 passou a fazer parte da contabilidade. No escritório trabalhavam Sinval, Elias Fernandes, o gerente Ezequiel Fernandes e Pedro Fernandes, como supervisor geral. Nessa época, os armazéns e escritório de Alfredo Fernandes localizavam-se na Av. Getúlio Vargas.

Em 1930 o escritório e as instalações da Firma foram transferidos para a Av. Alberto Maranhão.

Em 24 de junho de 1933 casou-se com Alzenita Fernandes Vital, com quem teve 10 filhos: 1- José Fernandes Vidal, 2 – Paulo Fernandes Vidal, 3 – Francisco de Assis Fernandes, 4 – João Batista Fernandes, 5 – Raimundo Fernandes Júnior, 6 – Lúcia Maria Fernandes Paes, 7 – Inês Maria Fernandes de Medeiros, 8 – Alzenita Goretti Fernandes Vieira, 9 – Jacinta Maria Fernandes da Silveira e 10 – Maria de Fátima Fernandes.

Em 1948 faleceu no Rio de Janeiro o chefe Alfredo Fernandes. Seguiu-se a reestruturação da empresa. A partir daí passou a ser dirigida por uma diretoria composta de oito sócios: Antônio Cristalino, Ezequiel Fernandes, Pedro Fernandes Ribeiro, Aldo Fernandes, Francisco Sena, Diogo Cabral, Aldemir Fernandes e Raimundo. Tornando-se sócio, alterou o nome para Raimundo Nonato Alfredo Fernandes, mantendo assim o nome do fundador da empresa e a razão social “Alfredo Fernandes e Cia Ltda.

Posteriormente a empresa se transformou em sociedade anônima, tendo Ezequiel Fernandes e Pedro Fernandes Ribeiro na presidência. Raimundo exercia um cargo da diretoria. Com a morte de Ezequiel e Pedro Fernandes, a empresa passou a ser presidida por Francisco Sena.

Viveu uma vida dura, mas compensadora. Em 24 de junho de 1978 comemorou 45 anos de casados com oito filhos vivos e 32 netos. No começo de julho daquele ano sofreu um derrame perdendo a fala. Recuperou-se após quatro dias hospitalizados.

No dia 30 de junho de 1979 Raimundo Fernandes deu o seu último expediente como funcionário da Cia Alfredo Fernandes Indústria e Comércio, onde trabalhou por 54 anos.

Raimundo Fernandes faleceu no dia 04 de julho de 1982 na rua Tiradentes, em Mossoró, às 19 horas. Era domingo. Ao seu redor estavam os filhos Júnior, Inês, Goretti, Jacinta e Fátima. O velório durou a noite inteira na própria residência.

No dia seguinte, após a missa de corpo presente, celebrada pelo bispo D. Gentil, o corpo de Raimundo foi levado ao Cemitério São Sebastião, cumprindo-se assim o que ele sempre afirmava: “Só saio da minha casa na Tiradentes para o Cemitério”.