Francinaldo Rafael – Tolerância

Francinaldo Rafael – Tolerância

Vivemos em dias de farta intolerância, causa de muitos dissabores entre as pessoas. São violências as mais diversas que poderiam ser evitadas com um simples ato oposto: o exercício da tolerância diante de fatos pouco relevantes. As manchetes registram assassinatos por fechadas no trânsito, brigas de torcidas adversárias de times de futebol, etc.

Tanto mal apenas por intolerância ao livre-arbítrio do outro em alguns casos, mostra o quanto a humanidade necessita de evoluir espiritualmente e moralmente. Estamos todos ainda na caminhada evolutiva, carregando cada um os penduricalhos das próprias imperfeições.

Desse modo, conforme alerta o Espírito Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier, a paz em nós nasce da compreensão em serviço e a compreensão em serviço é mantida pela tolerância para com os erros alheios e até pela autoaceitação dos nossos próprios erros, de modo a sabermos corrigi-los sem tumulto e perda de tempo. E recomenda ainda que oremos pedindo a Deus, a força que precisamos para nos resguardarmos na tolerância.

Diariamente nos deparamos com situações que exigem nosso exercício de boa convivência. Muito comum é o familiar difícil de lidar. E nessa hora, lembremos Emmanuel, quando diz: “Em muitas ocasiões, terás renascido em consanguinidade com parentes rudes e, às vezes, cruéis, unicamente por amor a eles, de modo a auxiliá-los na transformação necessária, com as tuas demonstrações de tolerância e paciência, devotamento e humildade”. Ou seja, não é por acaso que reencarnamos nas nossas famílias.

E se formos nós a pessoa intolerável? É interessante pensar também por esse ângulo nos colocando no lugar daqueles que nos irritam, de modo a examinarmo-nos  um pouco mais. Recomenda então Emmanuel que nos analisemos através da introspecção. Assim nos reconhecermos imensamente distantes da condição de anjos. “Isso nos ensinará que os companheiros com os quais convivemos nem sempre conseguirão apresentar, por enquanto, qualidades que ainda não possuímos e raciocínios mais profundos nos farão sentir a necessidade de calma e tolerância, de uns pra com os outros, em todos os momentos inquietantes da vida”, enfatiza ele.

Viver em paz não significa ausência de conflitos, e sim, procurar avançar sem perder a serenidade em meio a eles. Diante dos desafios, sejam eles no lar, no trabalho ou em qualquer outro lugar, recomenda O Benfeitor Espiritual: “(…) compadece-te dos companheiros que ainda não entendam a mensagem de fraternidade e continua a demonstrar-lhes bondade e tolerância, porque os Poderes Maiores, que nos conduzem os destinos, certamente nos observam o comportamento nas lições em que nos encontramos para a conquista do perfeito amor. (…) Toleremos os outros para que os outros nos tolerem”.