Francinaldo Rafael – Intolerância e fanatismo

Eis que o mundo é sacudido nesse domingo (12) com o noticiário sobre a tragédia ocorrida na boate Pulse, em Orlando (EUA), frequentada pelo público LGBT. Um rastro de pelo menos 50 mortos e tantos outros feridos foi deixado pelo americano  Omar Siddique Mateen, de 29 anos.

 Em entrevista a um canal de televisão, o pai dele apontou  a homofobia como possível causa da chacina. Há aproximados dois meses, Mateen ficara transtornado quando vira dois homens se beijarem e nutria ódio a comunidade homoafetiva. O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade, qualificou Mateen como um “soldado do calificado” e que Deus o permitiu  “atacar os imundos cruzados (…)”.

Vivemos dias extremistas, onde casos de intolerância e fanatismo tem alimentado cotidianamente a mídia. Cabe-nos parar e refletir um pouco sobre nosso comportamento no exercício da convivência, especialmente no respeito ao próximo.

Afirma o Espírito Joanna de Ângelis através da psicografia do médium espírita Divaldo Franco que a intolerância e o fanatismo muitas vezes surgem e impõem-se sem respeito as regras, dando lugar a sofrimentos evitáveis. “Ambos são heranças persistentes dos estágios primários, responsáveis pelo processo da evolução”. Prossegue:  “O intolerante assim como o fanático somente veem o que lhes apraz, aquilo que consideram real e, portadores de narcisismo, mantêm a presunção pessoal de que, pelo fato de aceitarem essa conduta, todas as demais pessoas estão equivocadas quando pensam de maneira diferente. (…)A intolerância é mazela da alma que torna irritadiça a pessoa que a sofre, impulsionando-a à tomada de atitudes duras e insensíveis quanto aos resultados. O fanático, por sua vez, abraçando o comportamento que lhe parece real e superior, também se torna indiferente aos efeitos que advenham para aqueles que se movimentam em área diversa da sua. (…) A história está abundante desses indivíduos que cometeram crimes hediondos, ora em nome da fé religiosa, noutros momentos em nome de comportamentos políticos, culturais, desportivos, artísticos e de variada denominação. Acreditam-se honestos e fiéis aos sentimentos que os animam e esforçam-se para mudar a estrutura da sociedade, tornando-se inimigos do amor e da compaixão, geradores de sofrimentos e amarguras”.

Apresentando um ângulo iluminativo, a Benfeitora Espiritual afirma: “Ninguém tem o direito de engessar as mentes e os sentimentos alheios nas suas fórmulas, exigindo que se pense conforme lhes é imposto. (…) Não há, pois, razão, nunca, para manterem-se atitudes de intolerância e de fanatismo, porque a vida é feita de bênçãos, de equilíbrio e de beleza”. E conclui afirmando que enquanto a intolerância e o fanatismo geram guerras, a gentileza e a liberdade produzem paz, facultando alegria e essência superior.