Enfoques Espíritas – Fatos do 31 de Março

Fatos marcantes para o espiritismo ocorreram no dia 31 de março, em diferentes anos. O fenômeno de Hydesville (EUA) no ano de 1848 foi um deles. Na casa da família Fox, a menina Kate estabeleceu comunicação com o estranho invisível que provocava pancadas.

Depois tomou-se conhecimento que se tratava do Espírito do mascate Charles Rosma, naquele local assassinado. Além desse, outros tantos se seguiram. Destaque para as mesas girantes que aguçaram a curiosidade de um famoso professor e educador francês de nome Hippolyte Léon Denizard Rivail, que futuramente viria a adotar o pseudônimo de Allan Kardec.

Avançando no tempo, o relato do Espírito Vianna de Carvalho (através da psicografia de Divaldo Franco) nos remete ao ano de 1869.

Descreve que após uma noite de reflexões, quando foi visitado pelo Espírito da Verdade, orientador do trabalho missionário, Allan Kardec despertou eufórico e recompensado interiormente. Pela manhã, entre 10h e 11h, após atender a um jovem que veio adquirir um exemplar da Revista Espírita, sentiu-se maravilhado.

Emoções complexas surgiram-lhe do coração ao cérebro, e ele rodopiou, tombando fulminado no solo. Era o dia 31 de março daquele ano. O grande Codificador do Espiritismo havia terminado sua tarefa na Terra. A Codificação ficaria para enfrentar os desafios do futuro.

Sem se deixar levar por qualquer mancha de personalismo, Allan Kardec, estruturou de forma racional, organizada e codificada, a Doutrina Espírita. Fez questão de observar que essa Doutrina não é dele, e sim dos Espíritos Superiores que a revelaram. Buscou, colheu e estudou todos os ensinos desses Espíritos. Submeteu tudo ao crivo da razão, conferiu as revelações com outros Espíritos através de médiuns diversos.

À sua época, Allan Kardec enfrentou e superou com mestria, sucessivas etapas desafiadoras que lhe foram apresentadas. No dizer do Espírito Vianna de Carvalho, “exatamente no momento em que as mentes mais esclarecidas se libertavam da imposição dogmática, dando início à era da investigação racional com as armas frias da pesquisa científica, quando os postulados religiosos padeciam a pública desmoralização cultural dos seus aranzéis metafísicos, ele se permitiu adentrar pelos dédalos das dúvidas, a fim de aplicar os recursos da época na construção da experiência imortalista”.

Pessimismo, suspeitas de descrédito, insanas perseguições, calúnias bem urdidas, ciladas trabalhadas pela astúcia e pela desonestidade foram desenvolvidas para que pudessem apanhar os dedicados obreiros da nova causa. A todos os riscos foram submetidos, sem, no entanto, desfalecerem nos seus ideais.

Seguiu Kardec trabalhador incansável e destemido, até o último instante de sua jornada terrena. Rompidas as barreiras corporais, alçou voo rumo à imortalidade, onde prossegue aliado ao trabalho de Jesus. E no transcurso de mais um 31 de março, saudamos o grande Benfeitor da Humanidade vibrando em sua memória.