Em áudio polêmico, Capitão Styvenson ataca Polícia Civil: “Ganha muito bem pra não fazer nada”

Um áudio que circula pelas redes sociais, atribuído ao comandante da Lei Seca no Rio Grande do Norte, capitão Styvenson Valentim, acabou gerando polêmica e a reação da Polícia Civil do Estado.

As declarações constam num desabafo supostamente feito por Styvenson em contato com uma vítima de acidente de trânsito que teria tido contato com o comandante após ter encontrado dificuldade em registrar um acidente junto à delegacia da Polícia Civil do bairro da Candelária, em Natal.

No áudio são efetuadas críticas a Polícia Civil, que segundo o capitão, é bem remunerada e não atende as expectativas da sociedade.

“Vou esclarecer uma coisinha pra senhora. Policial Civil ganha muito bem pra não fazer nada. Delegado ganha R$ 23 mil pra fazer nada. Delegado acha que tem poder sobrenatural, pra não fazer nada. Ontem mesmo denunciei as delegacias que não querem trabalhar. Preguiça, preguiça”, destaca.

Styvenson se coloca a disposição para que a vítima o procure na segunda-feira com o objetivo de tomar providências para o que foi tratado como uma suposta omissão.

“Se a senhora quiser colocar isso pra frente, segunda-feira eu vou estar no Detran. A gente senta e eu vou dizer passo-a-passo o que a senhora tem que fazer. Isso é um absurdo, é um crime. Sabe por que? Se tivesse tido vitima fatal? Se fosse alguém que tivesse morrido? E ai? Ia ficar como? Ia ser preso? Ia colocar filmagem de Midway? Iam no posto de gasolina pra saber onde tava (SIC) bebendo? Quer dizer, que p**** de lei é essa neste País de m****que as coisas só funcionam de um lado, e de outro não?”.

No áudio Styvenson minimiza sua ligação institucional e afirma que as atividades que faz tem origem no seu interesse pessoal de obter resultados.

“Aqui o comando não pertence a este tipo de gente não. Não pertence a este naipe de pessoas não. O policiamento que eu faço. Depende de mim e só de mim mesmo. É por isso que é coisa bem, feita. Eu não sou vinculado a CPRE, mal sou vinculado a Polícia Militar e Detran. Então as coisas que faço não é por instituição não, é por mim mesmo. Então se preparem por que quando vou fazer uma coisa eu faço muito bem feito. Eu teria ido até o final nesta situação ai”, destaca o Capitão complementando com a forma que o procedimento deveria ter sido encaminhado.

 

– Mulher explica vazamento de áudio e defende Capitão

Num outro áudio divulgado na noite de ontem, uma mulher não identificada afirma ser a pessoa com quem Styvenson estaria mantendo contato via redes sociais. Sem identificação de nome, a mulher afirma que o áudio com a suposta voz de Styvenson encontra-se num contesto isolado e que não retrata o fato de forma mais ampla.

“Infelizmente este áudio não retrata toda a conversa. Retrata apenas um recorte dela” explica.

A mulher detalha no áudio que foi vítima de um acidente e que o advogado que teria provocado a colisão sairia sem punição devido problemas no registro, fato que a levou a postar um texto no Facebook registrando sua indignação.

“Resolvi postar no Face a minha indignação. Quando o capitão Styvenson tomou conhecimento ele conversou comigo. Foi altamente prestativo e orientou como eu deveria proceder. Eu fiz o meu desabafo sobre a maneira de como as coisas funcionam neste País e o Capitão colocou algumas coisa de como algumas pessoas se portam a frente do serviço público. Ao compartilhar este áudio com as pessoa que foram vítimas também daquele acidente comigo, alguém resolveu irresponsavelmente compartilhar com outras pessoas”.

A mulher conclui defendendo a posição externada por Styvenson, que segundo ela. não teria generalizado as falhas de conduta dos servidores públicos, e que a forma como a sociedade estava se posicionando favorecia o verdadeiro culpado do episódio, o causador do acidente.

“Afinal quem descumpriu a lei? Quem desabafa e fala o que serve pra alguns, ou quem bebe, dirige embriagado, e causa um acidente de trânsito?” conclui.