Dilma, Políticos e Igrejas

Dilma não sabe o que fazer com os ministros do PMDB que lhe juram fidelidade. Além de Kátia Abreu, da Agricultura, haver sido escolha pessoal, os demais não têm importância dentro do partido e foram escolhidos pelos que agora estão rompidos com o governo. Por outro lado, a presidente precisa agradar os pequenos partidos que estão sendo atraídos na tentativa de somar votos contra o impeachment.

Lula volta a ter importância na articulação do atual governo e por conta disso os ministros recorrem ao ex-presidente para a manutenção dos ministérios. Para ajudar nos entendimentos foi convocado o presidente do Senado, Renan Calheiros, que tem criticado a decisão da direção do PMDB em abandonar o governo. Ontem, o presidente do Senado dirigiu severas críticas ao vice-presidente Temer e aos que influenciam nas decisões do partido.

Ante a possibilidade de perder o mandato, a presidente Dilma passou a dedicar-se a uma agenda totalmente política. Ontem, recebeu apoio de artistas famosos e entusiasmou-se com a mobilização realizada em seu favor em todos os Estados brasileiros. Aconselhada por Lula, ampliou sua base de contatos e procurou lideranças religiosas dos católicos e dos evangélicos. O contato com o bispo líder da Igreja Universal foi respeitoso, mas recebeu de Edir Macedo apenas o compromisso de “orar por ela e pelo país”. O contato com a CNBB ficou sob a responsabilidade do ex-ministro Gilberto Carvalho e poderá ocorre ainda na manhã de hoje.