Condutas Violentas Letais e Intencionais: o sangrento maio de 2016 em Mossoró e região.

A Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais – COINE, liderada por Ivênio Hermes e usando como sistema de coleta e parametrização a Metodologia Metadados e Plataforma Multifonte e o Banco de Dados “TREFERATUS” – construído a partir de dados extraídos do ICAD dos CIOSP e informações externas de fontes tratadas, divulgou início deste mês, na reunião da Câmara Técnica de CVLIs da SESED (Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social) os dados das Condutas Violentas Letais Intencionais (CVLIs) do mês de maio do presente ano, ao qual iremos tecer algumas considerações acerca do Rio Grande do Norte e de Mossoró.
 Ivênio Hermes apresenta dados do COINE do mês de Maio na 
reunião ordinária da Câmara Técnica de CVLIs.
 A variação do mês de maio e dos meses anteriores de 2016 no comparativo com 2015 mostram que estamos em uma crescente de aumento extremamente significativa. Para a média estadual, o aumento é de mais de 33%.
O Oeste Potiguar teve aumento de 25,9% em CVLIs em comparação com maio do ano passado, um pouco menor que o crescente do restante do Estado, representando o maior crescimento percentual, maior até que a Zona Leste, que compreende Natal e sua Região Metropolitana.
Em Mossoró o quadro de crescimento de CVLIs se deu em quase todas as áreas. Na Zona Sul cresceu 700%, na Zona Norte o aumento foi de 233%, na Zona Oeste o aumento foi de 133%, e na Zona  Leste o crescimento foi de 25%. No Centro não houve aumento algum (0%) e na Zona Rural houve significativa queda de 23%.
Importa perceber que, apesar do gigantesco esforço coordenado das forças de seguranças locais (Polícias Militar e Civil, Guarda Municipal, MP, Justiça, etc.), o crescimento contínuo em relação a 2015 permanece, principalmente em regiões onde perduram fortes disparidades de infraestrutura e de desigualdade socioeconômica.
A queda significativa na Zona Rural é a única boa notícia nesse quadro, o que aponta que o tráfico de drogas e demais causas de CVLIs perderam fôlego naquela região (que, por sinal, não possui BIC – Base Integrada Cidadã, da Prefeitura Municipal de Mossoró).
Vários fatores podem ajudar a explicar a explosão de homicídios e CVLIs em relação à 2015: da absoluta crise do sistema prisional potiguar até a incapacidade do sistema de segurança de conseguir dar conta da demanda com a infraestrutura que possui, além do gigantesco déficit de pessoal. Em todo caso, estamos entrando no mês de junho que, historicamente, vem sendo um dos mais violentos em Mossoró.
2016 corre o risco de ultrapassar 2011 como o mais violento em números absolutos de CVLIs em Mossoró e, no andar da carruagem, da história. Novos padrões de ação e estratégias de combate precisam ser alcançados. Além de medidas efetivas. Hora da retórica política acabou.