CARTAS ENTRE CASCUDO E VINGT-UN – Wilson Bezerra de Moura

Pensando bem, as propostas traçadas entre os dois, Câmara Cascudo e Vingt-un Rosado, surtiram os efeitos desejados e alcançados, diga-se de passagem, não só por eles como toda sociedade.

Primeiro despertou entre o dois o incontido desejo em ver prosperar os assuntos relacionados com a cultura na região e mais ainda despertar o interesse de não só lembrar vultos da história, mas lembrar principais aspetos que direcionam ao estudo diversificado em temas importantes à história norte-rio-grandense.

Vejamos ponto a ponto os assuntos focados na primeira correspondência do folclorista Câmara Cascudos ao mestre Vingt-un. Versou num ponto sobre o escritor Joaquim Augusto Freire, pessoa do relacionamento deles que morava em Olinda – Recife e do qual havia perdido o endereço, o que muito lamentou, mas que Vingt-un ia tentar recuperar o endereço.

Nessa primeira correspondência, que se deu em 1937, Câmara Cascuda lembra a Vingt-un a necessidade de escrever a história de Mossoró, antes de outro tomar a primazia. E assim foi feito. Vingt-un aceitou o desafio de Cascudo e lançou a primeira obra intitulada “Mossoró”, que serviu de base a toda historia mossoroense.

Foram lembradas muitas figuras da época que fizeram a história e Câmara Cascudo fez questão de frisar a figura do jornalista, historiador e escritor Mário Carneiro do Rego Melo,1884-1959,quando faleceu na cidade do Recife, Pernambuco.

O falecimento do jornalista Mário de Melo ensejou efetivo luto na corrida intelectual em vários Estados da Federação onde ele mantinha relacionamento. O próprio Cascudo se manifestou através de suas “ACTAS DIURNA”, chamando-o de saudoso e insubstituível Mário Melo, enalteceu as grandes e elogiáveis qualidades que transpareceram ao longo da história e que se perpetuará pelos destacáveis feitos.

Terminou Câmara Cascudo na correspondência ao seu parceiro Vingt-un que Mário de Melo ficou na história como o perpétuo do arqueológico, ensejando, inclusive muitas saudades.

O escritor e jornalista Mário Melo escreveu, entre outras obras: Maçonaria no Brasil (1909), A Maçonaria e a Revolução de 1817. Enfim foi em vida um elemento de efetiva produção intelectual.

Dados informativos arquivo Raibrito.