Artistas mossoroenses homenageiam Belchior com tributo no Memorial da Resistência

A morte do cantor Belchior acabou pegando os fãs de surpresa, e apesar da notícia ter chegado num fim de semana prolongado, artistas da cidade de Mossoró se reúnem na noite deste dia 30 de abril, para um tributo em homenagem ao cearense.

Por volta das 20h, artistas se reunirão no Memorial da Resistência para um tributo que contará com a participação de músicos e fãs que terão a oportunidade de participar da uma das milhares de homenagens e despedidas que estão sendo encaminhadas pelo País.

O evento, articulado pelas redes sociais, permitirá que qualquer pessoa leve um violão, ou utilize a estrutura montada no local, para deixar sua contribuição neste momento de despedida.

“Permuta sua arte com esse encontro magnífico. Leve sua voz, seu violão, seu poema, sua emoção…”, destacou Pri Oliveira, uma das articuladoras do encontro, em sua conta do Facebook, no início da noite deste domingo, 30.

O encontro contará com a presença de antigos fãs do cantor como o poeta e jornalista Caio César Muniz.

Caio esteve com Belchior cinco vezes e manteve alguns contatos telefônicos após apresentar uma relíquia ao cantor em sua passagem por Mossoró no ano de 2005, último show realizado na cidade.

“A última vez que nos encontramos foi no show em Mossoró no ano de 2005. Eu já tinha me encontrado com ele recentemente em Natal, e em Mossoró ele me reconheceu. Quando mostrei a coleção completa, tinha um disco verde, o primeiro disco da carreira dele, e ele ficou espantado – Poxa, você conseguiu este disco. Eu não tenho. Vá lá no saguão e pegue qualquer um pra você e me deixe este aqui! – Falei brincando que ele não sabia a dificuldade que eu tinha encontrado para encontrar aquele disco, mas que buscaria um para ele, e entregaria quando o reencontrasse”, destaca o poeta.

O fato resultou numa sequencia de contatos telefônicos de Caio com o cantor. A ideia era que o poeta mossoroense trabalhasse a elaboração de um acervo do cantor, mas acabou coincidindo com o hiato iniciado por Belchior em sua carreira, cenário que se manteve até sua morte.

“A aproximação comigo combinou com o afastamento dele do mundo. Esta é uma dívida que ficarei devendo, mas a culpa não é minha, por que ele nos deixou antes disso”, conclui Caio Cesar em tom de emoção.