Anotações para a história de Mossoró – Geraldo Maia

 

No início, era apenas a capela e algumas casas que formavam a quadra da rua, como nos informa os nossos primeiros cronistas. Henry Koster, um aventureiro inglês que por aqui passou em 7 de dezembro de 1810, descreve o povoado dizendo constar de “200 ou 300 habitantes, edificado num quadrângulo, tendo uma igreja e casas pequenas e baixas”. Existiam apenas quatro ruas, que Francisco Fausto de Souza, nosso primeiro historiador, identificou como sendo: Rua do Desterro, que era a que ficava ao lado direito da capela, tendo em vista a frente da mesma voltada para o centro do quadro; Rua do Cotovelo que correspondia a atual parte da frente do Banco do Brasil, correndo, portanto, ao lado esquerdo da capela, para quem estivesse olhando para frente do quadro; Rua Domingos da Costa, que era a que ficava por detrás da capela e a Rua Padre Longino, que correspondia ao prolongamento atual da Rua 30 de setembro. No centro do quadro, surgiu a nossa primeira praça.

Era a Praça da Matriz, atual Praça Vigário Antônio Joaquim, que ocupa todo o largo do velho quadro da capela, numa área de aproximadamente 2.100m². Esta praça é marco de grandes concentrações culturais e religiosas, principalmente durante os festejos de Santa Luzia, quando a praça é totalmente tomada pelo povo.

O povoado cresceu, tornou-se vila e depois cidade, e as casas se multiplicaram, fazendo surgir outras praças. A Praça da Redenção, que Raimundo Nonato nos informar ser a antiga Praça da Independência, que teria perdido esse nome depois do feito da abolição em Mossoró foi, ao que se sabe, a Segunda praça da cidade. No início, era ponto de tradição comercial, pois daí se expandiu às primeiras grandes firmas comerciais, principalmente as dos capitalistas estrangeiros.

Essa praça serviu de palco a acontecimentos importantes, que culminaram com o feito histórico da abolição dos escravos, realizada a 30 de setembro de 1883. Atualmente sua denominação é “Praça da Redenção Dorian Jorge Freire”, em homenagem póstuma ao grande jornalista mossoroense.

Outras praças vão surgindo como a Praça da Ibueira, depois chamada de Praça Coração de Jesus. A dita praça ficava pelos fundos da atual Coração de Jesus, em terreno onde o comerciante Miguel Faustino do Monte mandou construir um convento, ligado à igreja, para os homens que fariam à adoração noturna ao Santíssimo Sacramento, atendendo ao desejo do então Bispo Diocesano D. Jaime de Barros Câmara. Tinha a Praça Pedro Velho, que era o antigo Paço Municipal (Praça da Cadeia), hoje Praça Antônio Gomes.

Tinha a Praça São Vicente, que era um local amplo, de frente para a igreja. Depois, pessoas importantes tiveram autorização da Prefeitura para construir casas na praça. E a praça acabou…   Tinha ainda a Praça Redonda ou Praça do Poço, construída na chamada “cidade nova”, ao lado sul da “Vila Justa”, hoje Palácio Episcopal, residência do Bispo Diocesano. Nela foram construídas duas caixas d’água, ainda hoje existente.

Praça Bento Praxedes, mais conhecida como “Praça do Codó”. No começo era só um quadro coberto de um cerrado de pereiros. De início, foi denominada de Padre Antônio Joaquim, conforme registrado numa planta da cidade. Depois Bento Praxedes, em homenagem a um cidadão que prestou relevantes serviços à cidade, tendo nela publicado um jornal por mais de 10 anos consecutivos.

Em 10 de janeiro de 1904, por proposta do intendente (vereador) Francisco  Tavares Cavalcanti a Câmara Municipal, por unanimidade, passa a denominar Praça dos Fernandes o antigo logradouro que tinha o nome de Barão de Ibiapaba, antes também chamada Praça Chico Tertuliano e Praça da República e desde 1953 denominada Praça Rafael Fernandes.

Muitas outras praças surgiram na cidade, tornando mais alegre e agradável a vida dos habitantes da terra de Santa Luzia do Mossoró.

Para conhecer mais sobre a história de Mossoró, visite o blog: www.blogdogemaia.com.

Geraldo Maia do Nascimento – [email protected]