ÁGATHA, A MENINA DE 0ITO ANOS

O trágico período absolutista de nossa história deu os primeiros passos da desigualdade, da injustiça, da discriminação social que viria mais tarde prosperar tanto com o que está acontecendo nos dias hoje, com a guerra civil declarada como violência suicida.

A sociedade em geral, apavorada com o que acontece a todo instante, assaltos capitaneados por outras mazelas que azucrinam a sociedade, conduz esta ao desatino de vida, sem saber onde e quando tem sua vida exumada. Se vai para suas obrigações, sai de casa e não sabe se volta, e, se volta, não sabe como vai encontrar sua casa, ou se vai encontrar tudo em desordem, o que mais das vezes encontra em destroços. É um verdadeiro latrocínio humano que invade a consciência e os lares de todos.

Os governos, sem pensar nas razões por que isso acontece, munem-se de armas e munição para combater os males que eles próprios criaram e mantém como instrumento escravizador da consciência humana.

Os poderes públicos jamais querem entender que esses males são obra suas, construídas no arcabouço das velhas gerações do absolutismo e conservadas entre as elites capitalistas até os dias atuais. Os favelados são fruto desse quadro discriminativo e injusto da sociedade que os tornaram marginalizados, sem condições de moradia, saúde, educação, obrigando-os a qualquer situação de vida.

Hoje estas discriminadas almas humanas se constituem num celeiro de mortandade, jovens, velhos e, enfim, as almas inocentes, principalmente crianças, que são vitimas até hoje dessa desigualdade praticada por uma sociedade elitista dominante.

A menina de oito anos lá do Rio de Janeiro, Agatha, foi mais uma vitima dessa terrível sociedade brasileira que, escondida no sinônimo de Democracia, elimina a vida de almas inocentes em nome de um equivocado combate à violência, cuja autora é ela própria.

É apenas um começo de um desgraçado fim.

 

Wilson Bezerra