Advogados são presos em investigação sobre esquema milionário de tráfico de drogas no RN

O Ministério Público e a Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagraram na manhã desta terça-feira, 06 de setembro, uma operação em Natal a operação “Medellín” com o objetivo de desarticular uma quadrilha de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e ocultação de bens, valores e direitos. A Justiça expediu 14 mandados de prisão, 12 de condução coercitiva e 26 de busca e apreensão.

Entre os acusados de participar do esquema estão os advogados Ana Paula Nelson e Allan Clayton Pereira de Almeida, além do policial Iriano Serafim Feitosa, morto no dia 3 de fevereiro deste ano. Também são alvo da Operação três pessoas que já estão presas por outros crimes.

De acordo com o MP, a organização criminosa se dividia em três núcleos: o primeiro, comandado por Gilson Miranda da Silva (acusado de ser um traficante e distribuidor de drogas por todo o RN, e com ligação direta com grandes traficantes do Brasil), que está foragido da Justiça desde julho de 2015 quando foi deflagrada a operação Anjos Caídos, pela Delegacia Especializada em Narcóticos.

Gilson Miranda também é o principal suspeito de ordenar o assassinato de Bruno Rocha de Paiva, encontrado carbonizado na cidade de Arez.

O segundo núcleo da organização era chefiado por João Maria Santos de Oliveira, conhecido como João Mago, considerado um dos líderes e fundadores da facção criminosa Sindicato do Crime. Ele foi preso em julho deste ano após escapar da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP) usando um alvará de soltura falso.

Como líder da facção Sindicato do Crime, João Mago é acusado ainda de comandar os ataques de criminosos em 100 cidades potiguares em retaliação à instalação de bloqueadores de celular na PEP.

Segundo o MP, o terceiro núcleo era comandado pela traficante Islânia de Abreu Lima, companheira de Diego Silva Alves do Nascimento, conhecido como “Diego Branco”, atualmente preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, no Estado de Rondônia. Islânia de Abreu também é acusada de orquestrar os atentados criminosos no RN em agosto, pelo que foi presa.

O MP estima que o patrimônio dos envolvidos é de aproximadamente R$ 20 milhões, adquirido através do tráfico de drogas. Os integrantes do esquema, apontam os investigadores, transferiam a administração dos bens a terceiros.

A Operação Medellín envolve o trabalho de 21 delegados, de 110 agentes e quatro promotores de Justiça, através de parceria entre a Polícia Civil, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a 80ª Promotoria de Justiça, com o apoio da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Civil (Sesed).